terça-feira, 29 de março de 2016

PLANO DE FORMAÇÃO 2016 - ARTES PLÁSTICAS COMO FORMA DE AMPLIAR CONHECIMENTOS

PLANO DE FORMAÇÃO:
ARTES PLÁSTICAS COMO FORMA DE AMPLIAR CONHECIMENTOS


1)    CONTEXTUALIZAÇÃO:


A avaliação Institucional do ano de 2015 sinalizou com amarelo o item adulto-adulto do Indicador Relações Humanas e o item processo reflexivo sobre o próprio trabalho e sobre o desenvolvimento e aprendizagem das crianças do Indicador Ação Educativa. Assim a equipe diretiva levou essa informação ao grupo de servidores no Planejamento Inicial a fim de discutir com o grupo a temática de estudo no Plano de Formação para 2016.
No entanto o grupo se posicionou de forma negativa para essas duas possíveis temáticas de estudo alegando que em 2012 o Plano de Formação foi focado nas relações humanas e em 2013 na documentação pedagógica. Uma professora disse: - eu sei a importância do registro e dos documentos pedagógicos, sei bem o que a rede orienta a fazer, o que tem faltado é atitude de alguns professores em fazer em tempo hábil. Os demais servidores concordaram com a colocação da colega. Outras servidoras disseram não ter motivação para realizar um novo estudo sobre essa temática, mesmo sabendo que estamos vivendo outro momento, com novos servidores, nova direção, nova coordenação e novo Apoio Pedagógico, o que poderia dar outro rumo para o estudo, mesmo sendo a mesma temática.
Em relação a temática Relações Humanas o grupo sinalizou que foram fatos pontuais que aconteceram no decorrer do ano de 2015 e que já tinham sido, de certa forma, solucionados, mas que refletiram na avaliação. Disseram também que, esse item pode ser contemplado no Plano de Ação de 2016 não sendo necessário um ano de estudo sobre o assunto.
Diante disso, tanto equipe diretiva quanto as servidoras, acredita que seria mais significativo um assunto que refletisse de forma mais direta para o trabalho pedagógico com as crianças.
Desta forma uma colega levantou a questão das artes. Ela levantou essa questão porque durante o ano de 2015, no GTE de Coordenadores eu, Janaina, tive contato com o denominado “Momento Deleite”. Neste, em cada encontro, nós coordenadoras, tínhamos um tempo para nos deleitar com as poesias de Manuel de Barros. No ano de 2015, eu trouxe essa ação para o CMEI, sendo que em todos os momentos de Planejamento Mensal tínhamos também o nosso Momento deleite.
Pensei nessa ação, principalmente porque percebi ao longo do ano uma certa mesmice por parte do trabalho pedagógico no que se refere as diversas manifestações artísticas, pouca utilização de materiais diversificados e uma falta de organização na exposição dos trabalhos das crianças nos murais do CMEI. Por isso, procurei provocar o grupo para esses aspectos no cotidiano, nas orientações nos cadernos e nos nossos planejamentos mensais trazendo situações em as professoras e auxiliares de atividades educativas tivessem contato com elementos artísticos para então, experimentando, pudessem também provocar as crianças.
No ano passado explorei com o grupo o que via no GTE de Coordenadores, ou seja, um pouco da vida e obra de Manuel de Barros através de leitura de poesias, exposição de fotos e vídeos. Para este ano, já estava pensando em algo voltado para as diferentes linguagens artísticas. Assim, iniciei o Planejamento Inicial com a poesia “As Bailarinas” da Cecília Meireles. E comentei com o grupo um pouco sobre o artigo 6º, inciso III, das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil que fala dos princípios estéticos. Falei um pouco sobre o significado da palavra “estética” e comentei ainda que esse princípio seria trabalhado com elas nos planejamentos mensais, com objetivo principal de despertar nas servidoras a sensibilidade e a criatividade, e então que elas pudessem despertar isso nas crianças.
Assim uma Auxiliar de Atividades Educativas levantou o interesse de aprofundar mais nesse campo de estudo. O grupo concordou e se motivou a isso também. Uma professora disse: - acredito que se estudarmos essa temática será muito mais vantajoso para as crianças do que se estudarmos as Relações Humanas. Outra disse: - eu não tive contato algum com artes na infância e adolescência. Só conheci um museu quando adulta. A maioria do grupo se identificou com essa fala. Assim o coletivo decidiu estudar o campo das artes.
De acordo com a PPP Infâncias e Crianças Cena “cada linguagem que compõem as Linguagens Artísticas deve ser vivenciada pelos profissionais que atuam na Educação Infantil, a fim desses possuírem um amplo leque de possibilidades para planejar atividades culturalmente significativas para e com as crianças...” pag 77
No entanto, sabemos que é um assunto muito amplo e complexo, desta forma, a equipe diretiva com auxilio da Apoio Pedagógica definiu afunilar o assunto para Artes Plásticas, por ser algo pouco explorado pelas educadoras e algo que ampliará os conhecimentos das servidoras e das crianças.
Vale salientar que, na avaliação institucional essas questões não apareceram como problema, ficando todos os itens relacionados ao assunto como verde. A equipe diretiva acredita que se deve ao fato de se ter pouco conhecimento sobre o assunto e também por sempre trabalharem com o “desenho”, acabam acreditando que as artes plásticas estavam sendo contempladas em nosso trabalho pedagógico.  
Nos da equipe diretiva percebemos uma grande empolgação do grupo para essa temática. E acreditamos que nosso trabalho pedagógico avançará significativamente após esse estudo.


2) PROBLEMATIZAÇÃO:

Como ampliar o trabalho pedagógico do CMEI de modo a contemplar o princípio estético, preconizado no artigo 6º, inciso III das Diretrizes Curriculares para Educação Infantil, principalmente no que se refere às Artes Plásticas.

3)    QUESTÕES MEDIADORAS:

·         Existe diferença entre “ato criador da criança” e releitura de obras de arte? Bem como, existe diferença entre obra de arte e desenhos e produções artísticas das crianças?
·         O que são desenhos estereotipados? Eles fazem parte do ato criador da criança?
·         De acordo com a PPP Infâncias Crianças em Cena as linguagens artísticas são produções humanas que se constituem historicamente. A partir dessa premissa, o que se faz necessário um professor de educação infantil conhecer sobre a história da arte?
·         Quais a principais técnicas artísticas que o professor de Educação Infantil deve saber para realizar um trabalho de qualidade com as crianças pequenas?
·         Qual a importância do museu para ampliar os conhecimentos das educadoras e das crianças?

4) PLANEJAMENTO DAS AÇÕES FORMATIVAS:

·         A primeira ação é realizar com o grupo de servidores um levantamento de conhecimentos prévios através de um questionário. (Anexo I);

·         Palestra com Apoio Pedagógico da CRE Luciana Paiva dos Santos na qual apresentará sua tese de Mestrado no campo das artes para darmos início aos estudos. Será realizada no Planejamento Mensal de Abril;

·         Serão realizados momentos de estudos de textos que objetivará responder as questões mediadoras. Estes serão lidos e estudados nos Planejamentos semanais com professoras regentes e auxiliares de atividades educativas e nos Planejamentos mensais com todos os servidores. Após a leitura e discussão dos textos, serão propostas algumas estratégias que levem os servidores a refletirem sobre sua prática pedagógica. Essas estratégias poderão ser seminários, questionários, análise de atitudes práticas no agrupamento.

·         Convidaremos o Professor Rodrigo da CRE para palestrar sobre a temática.

·         Promover uma oficina de técnicas artísticas.

·         Iremos visitar uma galeria e/ou exposição de artes em dos Planejamentos Mensais.


3)    REGISTRO E AVALIAÇÃO DO PERCURSO:

Todo o percurso do plano de formação, ou seja, em cada encontro para estudo será feito através de relatos da coordenação pedagógica, registros escritos feitos pela equipe de servidores com objetivo de sistematizar o conhecimento adquirido. E ainda através de fotos.  Como forma de garantir que a memória do projeto não se perca.
A partir dos registros realizados e da observação do cotidiano, faremos avaliações constantes e continuas do processo. Ainda será realizado uma avaliação com os servidores no final do primeiro semestre com objetivo de refletir sobre o trabalho e traçar novas estratégias de estudo.
Ao final do ano será feita uma nova avaliação com objetivo de verificar se os estudos realizados trouxeram contribuição para a prática pedagógica das educadoras.
Também ao final do primeiro semestre e do segundo semestre será feita uma auto avaliação com a equipe pedagógica sobre o seu desempenho durante os momentos de formação.

4)    TEXTOS A SEREM ESTUDADOS:

AGUIAR, Alcione Gomes. Arte com os sentidos. Presença Pedagógica. Editora Dimensão. FNDE. V 18, nº 106, pg. 46 a 50. Jul/Ago 2012.

BECHELANY, Camila Campelo. Exposição: onde o olhar e o pensar se encontra. Presença Pedagógica. Editora Dimensão. FNDE. V. 19, nº 113, pg. 72 a 77. Set/Out de 2013.

CIÊNICA HOJE – para crianças. FNDE, ano 23. Nº 211, 2ª edição. Abril de 2010.

GANZER, Adriana Aparecida. Turbilhão de sentimentos e imaginações: as crianças vão ao museu, ou ao castelo... In: LEITE, Maria Isabel e OSTETTO, Luciana. Museu (orgs), Educação e Cultura – Encontro de crianças e professores com arte – Campinas, SP: Editora Papiros, 2005. (pg 85 a 92)

GOBBI, Marcia Aparecida. Ver com os olhos livres: Arte e educação na primeira infância. In: FARIA, Ana Lucia Goulart (org). O coletivo Infantil em creches e pré-escolas – Falares e saberes. Editora Cortez. (pg

GOIÂNIA, Secretaria Municipal de Educação. Departamento Pedagógico, Divisão de Educação Infantil. Infâncias e Crianças em Cena: por um política de Educação Infantil para o Município de Goiânia. (cap 2, pg 77 à 79)

LEITE, Maria Isabel. A criança desenha ou o desenho criança? A ressignificação da expressão plástica de crianças e a discussão crítica do papel da escrita em seus desenhos. In: LEITE, Maria Isabel e OSTETTO, Luciana. Museu (orgs), Educação e Cultura – Encontro de crianças e professores com arte. – Campinas, SP: Editora Papiros, 2005. (pg 19 a 54)

MOÇO, Anderson. O percurso do desenho livre de estereótipos. Nova Escola. ABRIL. Ano XXVI, nº 240, pg 44 a 47. Março 2011.

MOURA, Maria Teresa Jaguaribe. A brincadeira como encontro de todas as artes. In: Educação Infantil – cotidianos e políticas. Patrícia Corsino (org). Autores Associados. Pg 75 a 88. 2009

OLIVEIRA, Alessandra Mara Rotta. Museu: um lugar para imaginação e a educação das crianças pequenas. In: KRAMER, Sônia e ROCHA, Eloisa A. C. Educação Infantil – Enfoques em diálogo. 3ª ed. – Campinas, SP: Papirus, 2013.

PAULINO, Helenira. De rabiscos a linguagem. Carta Fundamental. FNDE. N° 37, pg. 28 a 30. Abril de 2012.

PAULINO, Helenira. O retrato da identidade. Carta Fundamental. FNDE, nº 38. Pg 22 a 24. Maio de 2012.

SANT’ANNA, Renata. Portinari para crianças.  Carta Fundamental. Nº 54, pg. 26 a 29. Dezembro de 2013.

SCHULZ, Joseana Helena. Arte em movimento. Presença Pedagógica. Editora Dimensão. FNDE. V 19, nº 112, pg. 40 a 47, Jul/Ago de 2013.